Tudo passa. Muito permanece. Os
caminhos mudam, mas os rastros ficam.
É complicado, é contraditório.
A dor chega, domina, enlouquece,
magoa e... passa. É claro que passa, como tudo, certo? Então por que você ainda
lembra do lugar, do cheiro, do gosto? Porque muito permanece. Sempre.
Permanecem as lembranças, as
marcas, os sorrisos. Sim, muitos sorrisos. Permanece o que você escolhe e o que
você não escolhe. A memória não permite edição. Ela prega peças, engana. Ou nós
nos pregamos peças, nós nos enganamos. Porque gostamos de lembrar, até mesmo
das lágrimas.
Precisamos lembrar. Nossa memória
sabe disso. Não tocamos novamente na superfície que nos queimou. A lembrança da
dor nos afasta. Assim selecionamos as superfícies. Assim selecionamos nossos
caminhos.
Se a dor permanece com você, pare
e analise onde os seus pés estão tocando. Talvez você tenha trocado o caminho,
mas permanecido sobre as brasas.
A memória não permite edição, mas
o futuro permite escolhas. E as suas escolhas definirão o que vai permanecer. Sempre.
C.G.
C.G.
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