terça-feira, 1 de maio de 2012

Passa e permanece


Tudo passa. Muito permanece. Os caminhos mudam, mas os rastros ficam.

É complicado, é contraditório.

A dor chega, domina, enlouquece, magoa e... passa. É claro que passa, como tudo, certo? Então por que você ainda lembra do lugar, do cheiro, do gosto? Porque muito permanece. Sempre.

Permanecem as lembranças, as marcas, os sorrisos. Sim, muitos sorrisos. Permanece o que você escolhe e o que você não escolhe. A memória não permite edição. Ela prega peças, engana. Ou nós nos pregamos peças, nós nos enganamos. Porque gostamos de lembrar, até mesmo das lágrimas.

Precisamos lembrar. Nossa memória sabe disso. Não tocamos novamente na superfície que nos queimou. A lembrança da dor nos afasta. Assim selecionamos as superfícies. Assim selecionamos nossos caminhos.

Se a dor permanece com você, pare e analise onde os seus pés estão tocando. Talvez você tenha trocado o caminho, mas permanecido sobre as brasas.

A memória não permite edição, mas o futuro permite escolhas. E as suas escolhas definirão o que vai permanecer. Sempre.

C.G.

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