quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Estágios para gatas escaldadas!

Uma vida amorosa cheia de idas e vindas me fez concluir que só existe uma solução para o meu problema: relacionamentos amorosos precisam começar com um estágio.
É, um estágio!
Tendo inclusive um relatório de atividades assinado por todas as partes envolvidas, seguindo o modelo do CIEE e ABRAE.
Essa história de envolvimento sério me deixa de cabelo em pé e tenho certeza de que muitas outras pessoas também visualizam uma luz vermelha acendendo quando o cara diz que quer te apresentar para a mãe.
Apresentar para a mãe? Levar para a festa de final de ano da empresa? Para o casamento do amigo? Para a formatura da irmã?
Isso tudo significa assumir publicamente.
Ruim? Deveria ser ótimo!
Mas, como diria minha sábia e vivida avó, gato escaldado tem medo até de água fria!
Como faço depois que me envolvo e descubro que o cara meigo e educado é possessivo e ciumento?
E se com o tempo ele demonstra uma forte tendência para se envolver com outras pessoas?
Como diz Martha Medeiros: as pessoas não aparecem em nossas vidas com um manual de instruções.
Depois que a relação começa pra valer e surgem os defeitos e diferenças graves, tudo se torna mais doloroso.
E qual é a solução que nós, gatas escaldadas, encontramos?
Não nos envolvemos!
Levantamos aquela bandeira do "antes só do que mal acompanhada" e aí salve-se quem puder.
Por isso insisto: todos os nossos problemas terminariam com a possibilidade de um estágio.
Conheceu a pessoa, gostou e ela também parece ter gostado? Aí vem o próximo passo: assina o convênio e estipula as obrigações de cada um. E vai pro teste! Leve e relaxada porque se tudo der errado é só encerrar  o contrato e pronto! Sem grandes danos, sem grandes mágoas e nem precisa ficar constrangida ao trocar o status no facebook.
Claro que ainda haveriam algumas exceções. Aqueles que passariam no estágio com louvor e depois de muito tempo mostrariam as garras. Mas seriam casos raros e iriam para estudo.
Utopia?
É claro que é!
Ao visualizar o contrato com a vida os relacionamentos amorosos estão no campo "Desafios".
Portanto não tem solução.
É entrar embaixo d'água e torcer para não sair escaldada e nem levar um banho de água fria!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Queda.


Sabe quando dizem que, ao final de tudo, você olhará para trás e terá certeza das suas escolhas? De que valeu a pena o esforço?
Como eu gostaria de afirmar que é verdade. Mas não consigo.
Não consigo por dois motivos: primeiro por acreditar que ainda não cheguei ao final e, segundo, por não acreditar que em algum momento alguém possa ter toda essa certeza.
Você escolhe sair à luta e defender os seus sonhos, e isso lhe afasta das pessoas que ama. E aí você vai realizando os seus sonhos, um a um, mas sem platéia, sem aplausos, sem abraços. Porque o caminho é um pouco mais solitário do que previa...
E então, mesmo com a certeza de que deveria estar comemorando, em alguns momentos se encontra assim, chorando. Chorando de saudade, de medo, de culpa... porque vitórias só podem ser brindadas se existir um outro alguém que segure a outra taça.
Ninguém brinda sozinho.
Talvez isso possa soar um pouco trágico, mas não é essa a intenção. A intenção é ser real. E o real é isso: a incerteza.
A incerteza das escolhas, a incerteza dos resultados.
Mas, se permitido for, eu acredito em uma certeza.
A certeza de que é preciso caminhar, continuar, seguir em frente...
Caminhar significa aceitar o risco de que, em algum momento, você poderá cair.
Mas mesmo no momento da queda, você estará seguindo em frente, se souber como cair.
Podemos cair para trás ou cair para frente.
Eu gosto de cair para frente.
E assim continuo, caminhando. E se tropeçar e cair, mesmo assim estarei 1m e 58cm à frente do último ponto da minha história.
Boa sorte na sua estrada, no seu caminho, na sua escolha e nas suas quedas.
Que possamos, ao final, fazer um brinde à sua coragem!

C.G.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Voar

Meu sonho sempre foi voar.
Sair do ninho, bater as asas e testar outros horizontes.
Tinha certeza de que este era o meu destino.
Mas apesar desta certeza, sempre tive medo de não ter coragem para tentar.
De não conseguir abandonar a zona de conforto.
Porque por mais insatisfeita que eu estivesse com o meu ninho, sabia que ele estaria lá ao final do dia.
Podia não ser como eu sonhava, mas era seguro.
E assim eu buscava a coragem para sair e tentar.
E saí, e voei, e tentei... e, como era esperado, senti falta da segurança.
Senti falta de saber exatamente o que me esperava ao final do dia.
E senti a expectativa de não saber o que esperar. Porque tudo tem dois lados e sempre preferi observar o melhor deles. E por isso continuei e continuo...
Só que agora eu tenho outro medo: o de não conseguir parar.
Quando a decisão estava entre sair ou ficar só haviam duas alternativas e eu conhecia muito bem uma delas.
Agora as minhas alternativas são inúmeras e eu não conheço nenhuma.
A minha única certeza é de que tudo tem seu preço e sua recompensa.
Não importa qual seja a minha escolha, eu pagarei por ela.
Mas se escolher bem terei todas as recompensas que jamais teria caso decidisse não abandonar o ninho.
E talvez uma das recompensas seja justamente este aprendizado, estas descobertas.
Porque agora eu posso afirmar com certeza que o maior desafio não está na hora de alçar voo: o maior desafio está na hora de decidir onde pousar.

C.G.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos Namorados


Dia dos Namorados.
Aquela data em que você não consegue sair para jantar fora porque todos os restaurantes estão lotados, os supermercados possuem filas de atrasadinhos comprando flores e vinho de última hora, não consegue ouvir rádios porque elas são invadidas com mensagens “de A para B” e a programação da TV a cabo fica mais melosa que açúcar refinado misturado com adoçante.
É o dia do terror para os solteiros.
Nada contra os casais apaixonados. Imagina! Eu já fiz parte de um em alguns momentos da minha vida. Acho ótimo! Vocês dão esperança para nós solteiros.
Aliás, alguns de vocês dão esperança porque o cara da fila do supermercado às 20h com uma florzinha na mão não me motiva muito a ser mais compreensiva com o universo masculino... mas ele deve ter os seus motivos (ou uma namorada absurdamente compreensiva).
E já que não da para lutar contra esta data, vou preparar a pipoca e os lencinhos de papel e selecionar um filme bem meloso que é para entrar no clima.
Feliz dia dos namorados!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Paquita Morena



Quando pequena sempre sonhei em ser Paquita!
Que menina dos anos 90 não sonhou?
Gravava as músicas, colocava no toca fitas da nossa casa e saía dançando pela sala.
E na apresentação da escola na terceira série, lá estava eu liderando um grupo de colegas em uma coreografia impecável de Ilariê.
E peço encarecidamente para que ninguém faça uso desta informação e me sugira relembrar este momento quando estiver alcoolizada. Acreditem, eu ainda lembro de grande parte da coreografia!
Sempre que um novo concurso para Paquitas era lançado eu me animava e pensava: é agora!
Mas, como acontece com muitos dos nossos sonhos, o meu foi destruído por um comentário de uma coleguinha danada: todas as Paquitas eram loiras e eu morena!
Que grande decepção! Doeu perceber que eu estava fora do padrão.
E percebo hoje que esse foi um dos primeiros momentos da minha vida em que me senti assim, fora do padrão.
Quem dera soubesse naquele dia que ser fora do padrão se tornaria uma constante rotina na minha vida.
Ruim?
Imagina!
Ser fora do padrão pode ser uma delícia quando você aprende a bloquear aqueles "comentários da coleguinha danada".
Seguir um roteiro esperado por todos é como começar a ler um livro conhecendo o seu final. Eu gosto da expectativa da história. Posso até imaginar que a mocinha ganhará a batalha, mas enquanto não tenho essa certeza consigo sentir aquele friozinho na barriga de expectativa. 
Sei que ainda existirão muitos momentos em que me sentirei uma "candidata a Paquita fora do padrão". Momentos em que saber bem a coreografia não significará grande coisa. Mas espero que nesses momentos eu possa lembrar que quem estabelece o padrão e não aceita exceções perde muitos mais do quem não se encaixa nos requisitos. Quem fecha muitas portas acaba cercado apenas daqueles que permanecem acomodados na fila de espera. Já quem encontra muitas portas fechadas valoriza muito mais e faz a diferença naquela que permanece aberta.
Na minha trajetória, permanecer esperando na fila nunca foi uma opção.
E como nossos sonhos nunca morrem, é melhor a Xuxa não abrir um novo concurso de Paquitas. 
O porquê?
Agora eu sou loira =)

C.G.

domingo, 13 de maio de 2012

ISSO TAMBÉM PASSARÁ?



O que você faz quando tudo está aparentemente como deveria estar? Quando você considera ter obtido muito mais sucessos do que fracassos e sabe que gargalhou inúmeras vezes antes de ter derramado as primeiras lágrimas?

Todos sabem que sofrer dói, mas sentir-se feliz às vezes também machuca. Explico! Quando algo está ruim, sempre tenho a sensação de que logo irá passar e tudo voltará a ser como antes. Mas se essa premissa é verdadeira, então o contrário também é. E esse é o “problema” de se estar feliz... o receio de que aquilo possa acabar! É como aquele calorzinho do sol em um dia de inverno, tão gostoso que você teme cada nuvem que se aproxima. Ou quando você acha a posição perfeita no travesseiro e não quer levantar de jeito nenhum!

Ainda no Ensino Médio li um livro chamado ‘Como Atirar Vacas no Precipício’. É um livro cheio de histórias tocantes, quase sempre com moral. Lembro de ter lido uma sobre um príncipe que ganhara um anel de seu pai, com os dizeres “Isto também passará!”. Sempre que enfrentava uma situação ruim, olhava para o anel e sentia-se consolado. Porém, não se permitia uma felicidade completa, pois sempre que algo grandioso acontecia, olhava para anel e lembrava que aquilo também teria fim.

Tenho pensado muito nisso nestes últimos dias, afinal, por mais que haja percalços, estou exatamente onde gostaria de estar e tenho comigo (mesmo que distantes) as pessoas com as quais desejo repartir esses momentos de tristeza e alegria. Seguidamente me pego refletindo sobre essa história do anel e questionando “Será que isso também passará?”.

Prefiro pensar que não, ao menos não completamente. Me faz bem acreditar que muito do que fica e do que passa depende de nós, de como cuidamos daquilo que temos, e principalmente de como encaramos nossas vitórias e derrotas.

O sol pode se esconder, o despertador pode tocar, mas sempre haverá outros momentos aparentemente perfeitos para serem aproveitados.

D.C.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

All Star 34!

Eu adoro usar tênis All Star. Sempre adorei! E nessa semana saí decidida a comprar um modelo novo.
O problema?
Calço tamanho 34.
Tamanho encontrado apenas na ala infantil.
Mas, sou devota de Santo Expedito, portanto fui à luta!
Depois de entrar em várias lojas e ouvir o mesmo "sinto muito", encontrei uma vendedora prática. Ela foi direta: não tinham tamanho 34 e dificilmente receberiam, mas eu poderia comprar um 35 e colocar um algodão na ponta.
"Quando é um pouco maior a gente adapta, da um jeitinho"
Não levei o All Star 35. Sou teimosa. Ainda continuarei minha procura. Mas fiquei pensando no que a vendedora disse e conclui que eu realmente adapto muita coisa na minha vida.
E que talvez seja mesmo este o segredo para ser feliz em um mundo onde dificilmente encontramos o nosso número.
Ainda não surgiu um grande amor? Preencho meu coração com vários pequenos amores. O importante é não deixar o espaço vazio, não é?
A família está distante? O espaço vai sendo preenchido por aqueles grandes amigos que estão sempre por perto, e que no fundo já fazem parte da família.
Não deu para fazer a faculdade dos sonhos? Bom, sobrou tempo para aumentar a dedicação no curso que foi possível.
E assim vamos seguindo. Preenchendo.
O problema é quando aperta. Quando sobra. Quando o número 34 não está disponível e te obrigam a usar o número 33.
Aí dói, machuca, sangra... e não tem como continuar.
A solução?
Tire! Corte! Jogue fora!
Amores, más amizades, dúvidas, mágoas, excesso de trabalho.
Eu não sei quanto à vocês, mas antes de andar com um número menor machucando, eu prefiro arrancar o tênis e continuar andando... descalça!

PS: Só lembrando que não foram as irmãs da Cinderela (que na história original cortaram as pontas dos dedos para fazer caber o sapatinho de cristal) que ficaram com o príncipe. Tenho certeza que escondidinho em alguma prateleira está seu nº 34... Aquele que à primeira vista pode não ficar perfeito no pé, mas que laceia rapidinho e vc não quer tirar nunca mais! ;)

C.G.