Ela era complicada.
Gostava do barulho da chuva,
mas sentia-se deprimida sem o sol. Adorava perfumes doces, mas cheiros muito
doces a deixavam enjoada. Amava a calmaria do campo, mas enlouquecia sem o
agito da cidade. Complicada, muito complicada.
Ele era simples.
Gostava de acordar cedo,
praticar esportes e encontrar os amigos. Ouvia uma boa música, lia quando dava
tempo, não abria mão de um papo leve e de uma boa cerveja. Simples, muito
simples.
Tudo o que ele não queria
era uma pessoa complicada.
Mas ela apareceu. Correndo
e, como sempre, atrasada. Tropeçou nele, derrubou seus livros e a chave do
carro, ficou irritada, pediu desculpas. Ele ajudou, riu e observou: “não
precisa de tanta pressa!”. Mas ela precisava.
Naquele dia o papo leve pareceu
menos leve e a cerveja menos gelada. Ele precisava encontrá-la novamente.
E encontrou. Sem tempo,
correndo, mas sorrindo. Saíram, conversaram, se apaixonaram. Ele se apaixonou
de um jeito simples. Ela se apaixonou de um jeito complicado.
O tempo passando. Ele cada vez
mais atento a ela. Ela cada vez mais atenta ao mundo. Esquecendo das datas, dos
encontros, das mensagens. Quanto mais ele abraçava, mais ela sentia-se
sufocada.
Sabia que o problema não
estava nele. Sabia que o problema não estava na chuva, no perfume ou no
silêncio do campo. Ela queria ser simples e tentava, como tentava! Mas tinha
nascido assim, complicada.
Ele queria acordar ao lado
dela. Ela queria acordar sozinha.
Ele tentou, tentou e desistiu.
Simples.
Ela sofreu, chorou e aceitou,
aliviada. Complicada.
C.G.
Bem assim prof...
ResponderExcluirParabéns, que este blog bombe de acessos....
Obrigada querida!
ExcluirAmeeeeei amigas! Que bombe!
ResponderExcluirBjs
Ameeeeei amigas! Que bombe!
ResponderExcluirBjs